Sendo um discípulo exige tudo de mim

Resumo: Sendo um discípulo exige tudo de mim. As pessoas em geral não enxergam essa verdade. A maioria das pessoas acredita que a vida deveria ser fácil.

DISCIPULADO CRESCENDO EM CRISTO

Sendo um Discípulo exige tudo de mim – 03/30

Mateus 7:13, 14

Por Pr. Márcio Greyck

INTRODUÇÃO

1. “A vida é difícil.” É assim que M. Scott Peck inicia o seu livro muito útil intitulado [A trilha menos percorrida, RJ: Nova Era, 2004].
2. As pessoas em geral não enxergam essa verdade. A maioria das pessoas acredita que a vida deveria ser fácil.
3. A trilha mais percorrida é a trilha dos gemidos e resmungos a respeito das dificuldades da vida. A trilha menos percorrida é a trilha da aceitação das dificuldades da vida e da capacidade de enfrenta-las.
4. O discipulado é difícil. Seguir a Jesus Cristo deixou bem claro que viver com Ele significa andar na trilha menos percorrida. Lê (Mt 7:13, 14)
5. Jesus promete dar vida plena a todos os que o seguirem (João 10:10), mas deixa bem claro, desde o início, que é alto. Ele nos chama para segui-lo na trilha menos percorrida.

I – A VERDADEIRA IDENTIDADE DE JESUS

A. As perguntas de Jesus aos discípulos – Marcos 8:27-35
1. “Quem é esse homem?” Em Cesareia de Filipe Jesus pergunta aos discípulos:
2. “Quem o povo diz que eu sou?”. Depois de receber várias respostas, Jesus volta a perguntar aos discípulos:
2. “Quem vocês dizem que eu sou?”. Pedro, falando em nome dos Doze, respondeu:
3. “Tu és o Cristo” (v.27, 29; Mateus 16:16)

B. Messias e Filho de Deus – (v. 31)
1. Passou a ensinar aos discípulos que “era necessário que o filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse” (v. 31)
2. Nunca pensamos que o caminho de Deus trilha sofrimento e morte. Pedro não conseguiu entender as palavras de Jesus. Sofrimento e morte não faziam parte do conceito de Pedro sobre o Messias.
3. Assim como não haveria ressurreição para Jesus sem crucificação, também não haveria ressurreição para os discípulos sem crucificação.
4. Há um preço para trilhar o discipulado de Cristo

II – A TRILHA DIFÍCIL E MENOS PERCORRIDA DE JESUS

1. A partir daquele dia, Jesus transmitiu ensinamentos enquanto andava pela trilha menos percorrida, a trilha que leva à Páscoa, mas que passa pela cruz.
2. Há bifurcações de todos os tipos na trilha, indicando outro caminho, um caminho que contorna a cruz, mas cada um deles termina inevitavelmente em um beco sem saída.
3. Há apenas uma trilha para a vida. Essa trilha termina do outro lado do túmulo vazio, e não conseguimos chegar lá a não ser por intermédio da cruz.
4. William Barcley observa corretamente: “Ninguém jamais pode dizer que foi induzido a seguir Jesus por falsos pretextos. Jesus nunca tentou subornar os homens oferecendo-lhes um caminho fácil”. (The Gospel of Mark. Philadelphia. Westminister Press, 1954. p. 201)
5. “Se alguém quiser acompanhar-me – e espero que me acompanhe porque posso dar-lhe vida plena, é isso que terá de enfrentar”.
a) Observa que ele usa a palavra se. O se significa que Jesus nos dá liberdade de escolha. Um jovem rico ouviu o chamado de Jesus para ser seu discípulo, mas foi embora (v. Marcos 10:17-22).
b) Ele ouviu o que teria de enfrentar e considerou que o preço era alto demais. Marcos conta que Jesus olhou para o homem e o amou (v. 21), apesar de saber qual seria a escolha dele.
c) Jesus, porém, não correu atrás dele nem mudou as palavras do chamado. Jesus, antes de tudo, disse que precisamos calcular o preço (Lucas 14:28).
d) “Vocês me chamam Messias, o Cristo. Querem me seguir? Então devem saber perfeitamente para onde estou indo e entender que, se seguirem, irão para o mesmo lugar”
6. Jesus usa três expressões marcantes (Lucas 14:28) para descrever a trilha menos percorrida:
A. Negar-se a si mesmo
Esse é, provavelmente, um dos mandamentos de nosso Senhor mais mal interpretado e mal-empregado. A palavra usada por Marcos em 8:34 significa “resistir” ou “recusar”. Em resumo, significa dizer não.
1. O que significa dizer não?
a) a expressão negue-se a si mesmo é usada em vários textos importantes do Novo Testamento. Por exemplo, em Marcos 14:71, Jesus havia sido preso, e Pedro estava do lado de fora da sala do tribunal aquecendo-se perto de uma fogueira. Pedro foi confrontado três vezes e acusado de ter conhecido Jesus. Começou a amaldiçoar-se e a jurar, dizendo: “Não conheço o homem de quem vocês estão falando!”. Pedro chegou até a negar que sabia quem Jesus era.
b) Negue a si mesmo é dizer: “Não conheço a pessoa”
c) Negar-se a si mesmo inclui negar coisas, mas não é isso que Jesus quer dizer, nem que devemos negar nossa dignidade.
d) Negar-se a si mesmo não significa negar nossos sentimentos.
e) Isso não quer dizer que devemos negar a felicidade a nós mesmos. Finalmente, negar-se a si mesmo não significa negar nosso intelecto.
2. O que significa negar a si mesmo?
a) significa negar nossa autossoberania;
b) significa dizer não ao deus que está em mim, rejeitar os mandamentos do deus que está em mim, recusar a obedecer às exigências do deus que está em mim;
c) significa um não decisivo: “Não conheço o senhor Eu. Não me curvarei diante dele nunca mais”. Jesus nos chama para dizer não a nós mesmos, para podermos dizer sim a ele. (Lane, Bill. The Gospel According to Mark. Grand Rapids: Aerdmans, 1974. p. 307)
B. Tome a sua cruz
1. Essa expressão também tem sido mal interpretada e mal empregada. Muitas pessoas usam-na para referir-se a suportar uma enfermidade ou incapacidade física, uma experiência negativa ou um relacionamento difícil: “essa é a cruz que preciso carregar”.
2. Mas as palavras de Jesus têm um significado muito mais amplo. “A declaração de Jesus deve ter desgostado a multidão e também os discípulos”. (Ibid., p. 207).
3. A expressão dava a ideia da figura de um criminoso forçado a carregar uma cruz na qual ele seria executado em público.
4. Jesus pede que seus seguidores pensem neles próprios como se já estivem mortos, que enterrem todas as suas esperanças e sonhos terrenos, que enterrem os planos e prioridade que fizeram para si mesmos. Jesus ressuscitará nossos sonhos ou os substituirá pelos sonhos e planos dEle.
5. Trata-se de uma dura declaração, mas também libertadora. A escravidão humana em todas as suas formas é resultado de sermos nossos próprios deuses. A liberdade vem quando abandonamos a coroa falsa e adquirida ilicitamente, quando dizemos não, quando vivemos como se os deuses dentro de nós já estivéssemos mortos. (O eu, tem que morrer!)
C. Perca a vida por minha causa
1. Aqui está o paradoxo da trilha menos percorrida: nós nos entramos quando nos perdemos por amor a Jesus.
2. Quando investimos nele e em seu evangelho tudo o que somos e que temos, quando dizemos a ele: “Aqui estão minha casa, meu talão de cheque, meus talentos e dons, meu intelecto, meu coração, minhas mãos, meus pés, minha boca.
3. De acordo com a sabedoria secular, essa é uma declaração muito arriscada. Mas no final, quando a História chegar ao fim, o que realmente importará? Nada, a não ser o Reino de Deus.
4. Os únicos investimentos que compensarão no final serão os investimentos feitos no Reino desde já. Aquele que anda na trilha menos percorrida, a trilha na qual se perde tudo por amor a Jesus, ganharão tudo o que realmente importa.
5. Jim Elliot fez um belo resumo dessa ideia: “Não é tolo aquele que dá o que não pode guardar para ganhar o que não pode perder”.
6. Foi o que o apostolo Paulo escreveu estas palavras aos Filipenses com grane alegria. (Fp 3:7-11)

III – ACEITANDO O DESAFIO

Quais são alguns sinais de que ainda não aceitamos o desafio de Jesus?
A. Os sinais proliferam nas igrejas de hoje e manifestam-se em forma de inveja:
1. não ter o que os outros têm;
2. de competição: tentar realizar mais do que a outra pessoa;
3. de espíritos propensos a discussões: necessidade de seguir o próprio caminho;
4. de sensibilidade exagerada: ressentir-se quando nosso trabalho não é reconhecido ou querer alardear que perdemos tudo por Cristo.
B. Acreditamos que merecemos tudo que temos
1. casa bonita e carro novo.
2. fazemos planos sem pensar no Reino de Deus e gastamos nossos recursos para incrementar o nosso reino.
3. usamos os dons de Deus para promover nosso nome, nossa reputação.

CONCLUSÃO

Se o grão não cair na terra e não morrer, continuará ela só. Mas se morrer, dará muitos frutos. (João 12:24b).

APELO

A trilha para a Páscoa passa pela sexta-feira santa. A trilha para a nova vida passa pela morte do velho “eu”. A trilha para a ressurreição passa pela crucificação.
Jesus nos exorta a andar nessa trilha, a trilha na qual ele andou.
Eu pergunto: você quer trilhar o caminho que Cristo trilhou no discipulado? Trilhou o caminho para o céu? A Escolha da trilha é sua.

Mt 28:19a – Estudo anterior | Próximo estudo – Mt 6:9-13

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