Resumo: Fé e razão. Os séculos XVII e XVIII testemunharam o florescimento de uma intensa idolatria à razão humana. A partir de então, tudo teria que passar pelo crivo do pensamento humano.
Salmos 119:130
INTRODUÇÃO
1. Fé e Razão. Os séculos XVII e XVIII testemunharam o florescimento de uma intensa idolatria à razão humana. A partir de então, tudo teria que passar pelo crivo do pensamento humano. E, obviamente, o que a razão não pudesse explicar não deveria ser aceito. Portanto, o critério para definir a verdade era a
razão.
2. A consequência disso foi o racionalismo, corrente filosófica que atribui ao pensamento humano
toda a fonte de conhecimento. Ou seja, é a crença de que é possível ao homem obter a verdade
contando unicamente com a razão ou por meio dela
I — DECLARAÇÕES E CONCEITOS – FÉ E RAZÃO
1. Ler Colossenses 2:8
2. Imanuel Kant, filósofo do século XVIII afirmou: “O homem iluminista atingiu a maioridade e, como
dono de si mesmo, confia na sua capacidade racional e recusa qualquer autoridade arbitrária. Exalta
a ciência e deposita esperança na técnica, instrumento capaz de dominar a natureza. Seu otimismo
transparece na convicção de que a razão seja fonte de progresso material, intelectual e moral, o que
leva à crença e confiança na perfectibilidade do homem. Em síntese, pela razão universal o homem
teria acesso à verdade e à felicidade” (Filosofando — Introdução à Filosofia, p. 221).
3. René Descartes (1596-1650), filósofo francês, desenvolveu o chamado método da dúvida. Ele
dizia: “Devemos duvidar de tudo quanto é possível, a fim de que a verdade impossível de ser posta
em dúvida apareça”.
4. A aplicação desse método para inquirições históricas, filosóficas e científicas tem seu valor.
Porém, devemos ter cuidado em aplicá-lo para as narrativas da Bíblia e para as declarações do
Espírito de profecia, uma vez que o texto bíblico foi inspirado por Deus (2Pe 1:21).
5. Lidar com o texto sagrado requer o uso da razão, mas acima de tudo a iluminação de Deus (Sl
119:18).
6. Humberto Hasi, teólogo e educador adventista, no livro A Lógica da Fé, na página 54, declarou:
“Os racionalistas afirmam que a razão humana constitui fonte fundamental do conhecimento e da
verdade; portanto, fornece a base para a crença. O racionalismo moderno rejeita a revelação
sobrenatural como fonte de informação confiável.”
7. O autor de Hebreus declarou: “Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de
fatos que se não veem. Pela fé, entendemos que foi o Universo formado pela palavra de Deus, de
maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem” (Hb 1:1, 3).
II — O LUGAR DA RAZÃO
1. O homem foi criado um ser racional (Gn 1:26).
2. Nossa adoração é racional (Rm 12:1, 2).
3. Declarações importantes sobre esse aspecto.
a) “O Senhor nunca exige que creiamos em alguma coisa sem nos dar suficientes provas sobre as
quais fundamentarmos nossa fé. Sua existência, Seu caráter, a veracidade de Sua Palavra, todos
têm por base os testemunhos que falam à nossa razão; e esses testemunhos são abundantes.
Todavia Deus não afasta a possibilidade da dúvida. Nossa fé deve repousar sobre evidências, e
não em demonstrações. Os que quiserem duvidar, hão de encontrar oportunidade; ao passo que
os que desejam realmente conhecer a verdade, encontrarão abundantes provas em que basear
sua fé” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 93).
b) “A razão é o exercício da capacidade mental de pensar racionalmente, entender, discernir
e aceitar um conceito ou uma ideia. A razão busca a clareza, a consistência, a coerência
e as evidências apropriadas” (Humberto Hasi, Ibid., p. 54).
c) “Deus deseja que o homem exercite suas faculdades de raciocínio; e o estudo da Bíblia
robustecerá e elevará o espírito como nenhum outro. Convém, entretanto, acautelar-nos
contra o deificar a razão, a qual está sujeita à fraqueza e enfermidade humanas” (Ellen G.
White, Ibid., p. 97).
III — RACIONALISMO X FÉ
1. Ler João 20:24, 25
2. O capítulo 20 de João é tido como o capítulo das aparições de Jesus.
a) Jesus apareceu a Maria Madalena (v. 11-18).
b) Duas vezes, Ele apareceu aos discípulos (v. 19-23, 26-29).
3. Ao comentário dos discípulos às aparições de Jesus, a reação de Tomé expressa uma atmosfera racionalista. Assim, ele se posicionou:
a) Se eu não vir,
b) Seu eu não puser a mão,
c) Se eu não puser o dedo.
4. Com sua postura racionalista, Tomé passou por alto:
a) A predição de Cristo quanto à Sua ressurreição — Mt 16:21 (portanto, a relação).
b) O testemunho do grupo (discípulos — Jo 20:24).
5. Três limitações do racionalismo de Tomé (Fé e Razão)
a) Da vida e do tempo — Jo 11:16
b) Do conhecimento — Jo 14:15
c) Da realidade — Jo 20:25
6. Tomé destrona seu racionalismo — João 20:26-29
a) A confissão de Tomé (v. 28)
● É a maior das confissões do Novo Testamento.
● É comparada à confissão do centurião romano ao pé da cruz (Mc 15:39).
● Representa a confissão da igreja primitiva na pessoa de Cristo.
● Reitera o tema do 4o evangelho, isto é, o Logos eterno que era Deus e habitou
entre os homens (Jo 1:1, 14).
● É o clímax do evangelho, do 4o evangelho, escrito para que se creia que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus (Jo 2:30, 31).
b) A história de Tomé termina com uma inversão de papéis. Ela começa com um homem
racionalista e termina com um homem racional e crente. Fé e Razão
CONCLUSÃO
1. Jo 20:29 — Bem-aventurança aos que creem.
2. Creia e você será um bem-aventurado
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