Elementos do discipulado

Resumo: Elementos do discipulado. O que aconteceria com a Igreja de Jesus Cristo se a maioria dos que afirmam seguir a Cristo fosse incentivada a atingir a maturidade.

DISCIPULADO CRESCENDO EM CRISTO

ELEMENTOS DO DISCIPULADO – 01/30

Entendendo o Processo de Cristo para o Discipulado

Por Pr. Márcio Greyck


INTRODUÇÃO

1. O que aconteceria com a Igreja de Jesus Cristo se a maioria dos que afirmam seguir a Cristo fosse incentivada a atingir a maturidade por meio de relacionamentos íntimos e responsáveis, centralizados nos elementos essenciais da Palavra de Deus? O resultado seria a reprodução por livre iniciativa de discípulos de Jesus.
2. Elementos do discipulado foi especificamente elaborado para implementar unidades de discipulado pequenas e reproduzíveis. A visão por detrás dessa ferramenta é uma rede de discipulado de múltiplas gerações em expansão contínua. Essa ferramenta encerra três elementos que criam o ambiente propício para o Espírito Santo acelerar o CRESCIMENTO espiritual.
3. O Senhor Jesus não salva o homem para deixá-lo inútil, mas para uma vida de serviço e lealdade. O que é discípulo?


I – ELEMENTOS DO DISCIPULADO

A. 1º. Elemento. É a verdade Imutável da Palavra de Deus.
1. Entramos na era pós-cristã no mundo ocidental. Antes, quando a cristandade predominava, a ideia geral era de que havia uma verdade “revelada” ou, pelo menos, uma verdade objetiva e cientifica que se aplicava a todos as pessoas. Hoje, porém, nesta era pós-cristã, o relativismo prevalece, principalmente na esfera da moralidade e estilos de vida. “Viva e deixe viver” é a expressão que reflete o valor mais alto de nossos dias: a tolerância.
2. Admite-se que todos os modos de vida e convicções morais são iguais, porque toda a verdade é pessoal. Verdade fundamental que se aplica a todas as pessoas, pois a origem dessa verdade é um Deus que é o mesmo para todos.
3. A vida cristã parece uma mistura desordenada de ladrilhos. Temos pedaços da verdade coletados de sermões, estudos particulares, experiencia de companheiros cristãos, livros de reflexões e assim por diante. Apesar disso, não montamos quebra-cabeça para que, no todo, conte uma história coerente.
4. Para que a verdade da Palavra de Deus seja proclamada em seu poder transformador, precisa ser explorada no contexto de relacionamentos confiáveis, íntimos e duradouros.

B. 2º. Elemento no laboratório do Espírito Santo são os relacionamentos transparentes.
1. O individualismo substituiu a família ou a comunidade como unidade básica de nossa sociedade.
2. Relacionamento em série ou descartáveis marcam nossa era. No íntimo de cada ser humano está o desejo de relacionamento intenso e gratificantes, porque fomos criados à imagem de Deus.
3. Deus nos criou para termos um relacionamento com Ele e com nossos semelhantes. A transformação ocorre quando nos esforçamos para compreender a verdade da Palavra de Deus no contexto de relacionamentos transparentes.
4. Há um axioma bíblico que diz que o Espírito Santo exerce poder em nossa vida na proporção em que nós abrimos uns com os outros.
a) A sinceridade com Deus não é suficiente. Damos permissão a Deus para reformular nossa vida quando corremos o risco de nos abrir com os outros e confessar nossas falhas.
b) Não podemos crescer em Cristo sozinho. Fomos feitos para viver em comunidade.

C. 3º. Elemento que produz o ambiente propício para a transformação – Responsabilidade mútua.
1. Responsabilidade significa levar o contexto relacional do discipulado a outro nível. Responsabilidade significa autorizar seus parceiros de discipulado a exigir que todos cumpram os compromissos que assumiram uns com os outros. Deve haver concordância em torno de um pacto assinado por todos. (v. 20).
2. Pacto é um acordo mutuo por meio do qual todos afirmam claramente suas expectativas. Ao fazer isso, um está autorizando outro a fiscalizar o cumprimento do pacto.

II – CONTEXTO PARA O DISCIPULADO

1. O método em dupla estabelece uma dinâmica entre o discipulador e o discípulo. A pressão recai sobre o discipulador. É ele quem deve saber as respostas ou ser a fonte de toda a sabedoria e entendimento. Quando há uma terceira pessoa, a dinâmica muda para um processo em grupo. O discipulador pode dar sua contribuição com mais naturalidade no intercambio da dinâmica de grupo.
2. O discipulado em grupo de três deixa de ser hierárquico e passa a ser relacional. O maior fator que inibi os discípulos de ser discipuladores de outros (multiplicação) é a dependência alimentada pelos relacionamentos em dupla.
3. A diferença mais marcante entre o método em duplas e os grupos está na sensação de interdependência. A sensação de que o Espírito Santo está presente em nosso meio ocorreu com muito mais frequência nos grupos.
4. O método em grupo multiplica as perspectivas sobre a Bíblia e a aplicação às questões da vida, ao passo que o método em dupla limita os exemplos e as experiências.
5. Os membros do grupo atuam como professores uns dos outros, as duplas saem de dentro dos grupos.
6. O método em grupo de igual importância, se acrescentarmos as duplas de dentro do grupo sendo equipada para discipular outras, o processo de multiplicação aumentará geometricamente.

III – FUNÇÃO DO DISCIPULADOR

1. Lucas 6:40.
2. O elemento chave é o discipulador. Ferramentas não formam discípulos. Deus trabalha por meio de discípulos para que aqueles que desejam alcançar a maturidade espelhem-se no exemplo de Cristo.
3. Se o conteúdo não for revelado, o propósito da ferramenta será deturpado. A ferramenta é um veículo que ajuda a criar o contexto e proporciona conteúdo aos discipuladores que desejam investir eles próprios em amor e assumir o compromisso de fazer outros discípulos.
4. A ferramenta faz emergi os problemas do discipulado, mas o discipulador deve ter dentro de si os princípios que regem os padrões e convicções da vida.
5. Lembre-se das palavras de Jesus: “O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre”.
a) O nível mais baixo de aprendizado é a submissão, quando uma pessoa tem controle sobre a outra.
b) O segundo nível é a identificação. A influência é mantida em razão do desejo de permanecer em um relacionamento satisfatório.
c) O terceiro nível é a internalização, é o passo mais alto. Porque o comportamento desejado tornou-se intrinsecamente recompensador.
d) O exemplo pessoal cria um ambiente capaz de exercer influência sobre valores, atitudes e comportamentos.
6. Funções especificas do discipulador:
a) A principal função do discipulador é emitir um “convite a um relacionamento responsável”. O compromisso deve ser descrito e o pacto, assinado (v. 20) “Pacto do discipulado”). O discipulador torna-se o “mantenedor do pacto”.
b) Inicialmente, a tarefa do discipulador é reunir e orientar o grupo.
c) As tarefas devem ser preparadas tanto pelo discipulador como pelos discípulos.


IV – ENTENDENDO O DISCIPULADO E O SEU PROCESSO

1. Atualmente o discipulado é um assunto clássico para estudo nas igrejas e em grupos. Há muitos seminários sobre discipulado e não há dúvida sobre a importância do assunto, por isso o incluo na competência.
2. Mas quando a vida de muitos cristãos é comparada ao estilo de vida que Jesus prescreveu para seus discípulos, e ele mesmo demonstrou, observa-se uma grande discrepância. Uma coisa é conhecer profundamente os princípios bíblicos para o discipulado. Porém, aplicar estes princípios à vida diária é muito mais do que apenas conhecê-los.
3. Segundo Habermas há cinco pontos para se observar.
a) É o termo mais comum para descrever os seguidores de Jesus nos quatro evangelhos e no livro de Atos;
b) A palavra latina discipulus é uma tradição do vocábulo grego mathetés, que significa aprender; daí o termo aprendiz, que está ligado ao ministério de Rabi (ou Mestre) de Jesus;
c) Estimula a ideia do discipulado como um processo de aprendizado vitalício;
d) Reforça o objetivo do discípulo de tornar-se como o seu mestre (Mt 10:25);
e) Acentua a ordenança de Jesus na Grande Comissão para seus seguidores fazerem discípulos (Mateus 28:19, 20), (HABERMAS, 2008, p. 21).
4. Para Phillips a Comissão de Cristo para sua Igreja não é fazer convertidos, mas sim, fazer discípulos. Fazer discípulos é o grande imperativo dado por Jesus à igreja. O Discipulado Cristão é um relacionamento do Mestre e aluno, baseado no modelo de Cristo e seus discípulos, no qual o Mestre reproduz muito bem no aluno a plenitude da vida que tem em Cristo, que o aluno é capaz de treinar outros para ensinarem a outros (PHILLIPS, 2008).
5. O processo do discipulado pode estar dentro de vários contextos como pessoal, comunitário, congregacional. Jesus tinha o seu discipulado como um processo de capacitação e transformação de vidas.
6. O discipulado é um grande guarda-chuva de todo o ensinamento de Jesus, para a capacitação de duplas missionarias, classes bíblicas e etc., daí sai os princípios para a formação de um verdadeiro discípulo, passando a ser um multiplicador desses ensinamentos (Mt 28:19 e 20).

CONCLUSÃO

1. Segundo Phillips “a morte do eu é pré-requisito essencial para tornar-se discípulo. Qualquer pessoa que não tenha experimentado a morte de si mesmo não pode se qualificar como elo legitimo no processo de discipulado porque é incapaz de reproduzir”.
2. Discipulado é a chave para o crescimento espiritual. O que não deveria ocorrer é se eleger um método como a única forma de salvar a igreja, e se esquecer de que Deus está no controle e pode fazer aquilo que ele quiser. (CAMPANHÃ, 2012)
3. Jesus seguiu os passos do discipulado todo o processo de treinamento e capacitação para os discípulos serem enviados ao campo missionário para a expansão do reino de Deus. Como mentor os acompanhou e monitorou o seu desempenho através dos seus dons usando ferramentas e competências ministeriais conscientemente os conduziu com “clareza, movimento, alinhamento e foco” (RAINER E GEIGER, 2012).
4. Segundo Ogden para chegar à maturidade de uma liderança você precisa passar pelo discipulado, “eu não deveria ser discípulo antes de ser líder?”. O desejo de ser líder origina-se da prática de ser discípulo. Enquanto nossos ministérios não se esforçarem um pouco mais para criar situações e meios com o objetivo de formar discípulos de Jesus, será muito difícil formar líderes. O discipulado cristão precede a liderança cristã.
5. O processo do discipulado de Jesus houve fases como mostra a pirâmide, essas fases foram marcados com grandes eventos, segundo Araújo (2012, p. 206) os discípulos passaram a ser chamados de apóstolos e Jesus de supremo apostolo. A partir do pentecostes, os doze assumiram a proclamação do evangelho ao mundo, tornando-se juntamente com os profetas do Antigo Testamento o fundamento da Igreja (Efésios 2:20).
6. Na primeira base da pirâmide do discipulado pode-se encontrar os princípios passados por Jesus, assim como a sua transição de etapa de instrução para competência da missão. Segundo Campanhã (2012, p. 117-123) são onze os princípios de Jesus para o discipulado, “relacionamento com Deus, relacionamento com as pessoas, transformação de vidas, ser, crises, ser e fazer, ser e fazer discípulos.” Mais para Suárez (2013, p. 24) os princípios básicos que Jesus usou no discipulado foram:
7. Mais para Mello (2015) a responsabilidade do discipulador vai até aonde ele alcançar a maturidade cristã, à capacidade de reproduzir-se.
8. A nossa justificativa é que Jesus tinha seu discipulado como um processo de capacitação e transformação de vidas. No discipulado de Jesus pode-se identificar algumas ferramentas no processo de instrução e capacitação e houve etapas para cada período.

APELO

Até hoje continua sendo nosso mentor supremo através do Espirito Santo, “…ensinando… E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mateus 28:19-20)

Mt 28:19 e 20 | Próximo – Mateus 28:19a

 

 

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