SÉRIE “CONFLITO CÓSMICO”
Tema 1
A origem do mal
INTRODUÇÃO
Ilustração: No dia 27 de fevereiro de 2010 um terremoto devastador sacudiu a vizinha república do Chile, deixando cerca de 800 mortos e 2 milhões de feridos para trás. Um país destruído. Quem teve a culpa? Deus, como alguns disseram?
Pouco mais de 5 meses depois, 33 mineiros ficaram presos em uma mina localizada no mesmo país, a 700 metros de profundidade, após um colapso inesperado. De maneira milagrosa, os 33 saíram com vida após passarem 70 dias embaixo da terra em condições quase sub-humanas.
A pergunta que surge é: porque alguns se salvam e outros perecem? Ninguém tem uma vida comprada. Todos estão expostos ao perigo e à morte.
Ilustração: Clara olha pela janela de sua cozinha. Ela vê sua filhinha de sete anos brincando com uma amiguinha. Ambas parecem perfeitamente saudáveis e felizes. Mas há uma diferença: sua filha Clara acaba de receber o diagnóstico de câncer terminal. Em seu desespero, Clara levanta os olhos para o Céu e clama: “Senhor, porque a minha filha? Porque os inocentes sofrem?” Clara tem o direito de fazer essa pergunta? Sim, claro que sim.
Qual é a diferença? Por que alguns sofrem e morrem injustamente e outros têm suas vidas salvas? Há resposta para todas essas perguntas?
A Bíblia dá a resposta. Mas para obtê-la, devemos viajar muitos séculos e milênios no passado, ao remoto princípio do universo, antes da criação do mundo.
DESENVOLVIMENTO
“No princípio… Deus”:
Gênesis 1:1 (NVI, 2000): “No princípio… Deus…”. Deus sempre esteve, sempre existiu. E com Ele, seu filho, Jesus Cristo (Cl 1:16, 17), e o Espírito Santo (Gn 1:2).
A Bíblia nos diz que Deus é um Deus de amor (1Jo 4:8) e que tudo de bom provem Dele (Tg 1:17; Rm8:28).
Deus é o único doador da vida, porque Ele é a vida (Jo 14:6). Ele mesmo não tem princípio nem fim, pois é eterno. Deus se deleita em criar, porque é um Deus de amor e deseja ter criaturas as quais ama e cuida. Ele dá vida, mas não causa a morte, nem o mal e o sofrimento. Então quem é o responsável por tudo isso?
Antes de criar à terra e tudo o que há nela, incluindo-os seres humanos, Deus criou os anjos (Jó 38:4-7;Hb 1:7). Os anjos são “espíritos ministradores” (Hb 1:14) criados um pouco maiores que os homens, criados para servir a Divindade. O líder supremo das hostes angelicais é o Arcanjo Miguel, mais conhecido como Jesus Cristo, o Filho, segunda pessoa da Trindade. Ele não foi criado, mas participou com o Pai da criação (ver Jo 1:1-18; Cl 1:16, 17).
A Bíblia menciona diferentes categorias de anjos. Menciona o Arcanjo Miguel (Jesus), menciona serafins e querubins. Todos perfeitos. Cada um tinha a sua função e todos viviam em perfeita harmonia, felizes por servir a um Deus de amor.
Então, Lúcifer:
Então houve um anjo, criado por Deus, que se tornou diferente dos outros. A Palavra de Deus nos diz em Ezequiel 28:14-17 que ele era um querubim criado por Deus, um querubim protetor, que ficava no santo monte de Deus. Era o anjo mais importante, que ocupava o segundo lugar depois de Jesus Cristo, o Arcanjo.
Esse querubim, o anjo, se chamava Lúcifer (Is 14:12), o “filho da manhã”. Ele tinha características maravilhosas. O livro do profeta Ezequiel nos diz que ele era:
Perfeito
Bonito
Sábio
Esplendoroso
Além disso, possuía as qualidades de um líder nato. Agora, quem havia dado todas essas qualidades a este maravilhoso anjo de luz? Muito bem! Deus. Ele o criou, e o criou perfeito. Ao ver todas as suas qualidades, Lúcifer podia ter duas atitudes:
“Obrigado Senhor, pois em sua misericórdia me deste essas qualidades, dons, talentos, características positivas. Eu te louvo e consagro o que me deste para te servir em primeiro lugar!
“Olhem que qualidades maravilhosas eu tenho! Sou sábio, bonito, perfeito, tenho todas as características positivas que poderia desejar. Não preciso de Deus. E mais, eu sou tão perfeito, que posso ocupar o lugar de Deus. Posso ser o meu próprio Deus”.
Lamentavelmente, Lúcifer escolheu a segunda atitude. A Bíblia nos fala sobre ele:
“E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, e, acima das estrelas de Deus, exaltarei o meu trono, e, no monte da congregação, me assentarei, da banda dos lados do Norte. Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14:13, 14).
Deus também nos dá qualidades e quando olhamos no “espelho” e vemos todos os nossos dons e talentos, também precisamos escolher entre essas duas atitudes: glorificar a Deus ou nos enaltecermos e sentirmos orgulho.
Gradualmente, quase imperceptivelmente, esse anjo de luz foi abrigando orgulho em seu coração. Seu próprio orgulho o levou a ter inveja de Deus e a cobiçar a posição de Jesus Cristo, o Filho. Ele começou a duvidar do amor e da justiça de Deus, e quando ficou convencido de sua própria exaltação, preparou um plano de ação para “derrotar” a Deus.
O conflito começa:
Ilustração: O que os políticos fazem para tentar ganhar as eleições? Uma campanha política. E o que fazem nessa campanha política? Propaganda. Eles precisam do apoio do povo, precisam conseguir votos. Por isso começam a exaltar suas próprias qualidades e a fazer promessas. Depois tentam desacreditar os outros candidatos. Se você quiser ser criticado, se candidate a uma posição na política. Com certeza seus oponentes farão o possível para desacreditar você, criticando e deixando você no chão.
Isso foi exatamente o que Lúcifer fez. Ele começou semear dúvidas entre os outros anjos, tentando convencê-los de ele era tão justo e perfeito como Deus, e ainda mais justo do que Deus, que ele merecia a posição que o Filho ocupava, e que Deus era um Deus injusto e que as suas leis eram leis injustas.
Lentamente Lúcifer conseguiu convencer milhares de anjos a se unir à sua rebelião. As Escrituras nos dizem que finalmente um terço dos anjos ficou do lado de Lúcifer e se revoltou contra Deus (Ap 12:4).
A situação ficou insustentável. Lúcifer desafiou a Deus abertamente, e pela primeira vez houve discórdia e guerra no Céu. A Palavra de Deus diz em Apocalipse 12:7: “E houve batalha no céu: Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão; e batalhavam o dragão e os seus anjos”.
Não sabemos que categoria de armas usaram. A verdade é que eles lutaram, e como em toda batalha, houve um vencedor: Jesus Cristo, o Arcanjo Miguel. Jesus é vencedor. Sempre foi e sempre será. Por isso é importante sempre lembrar que, aconteça o que acontecer, estamos do lado certo, seremos vencedores com Jesus Cristo (Rm 8:37).
E o que aconteceu com Lúcifer, agora o dragão, e os seus anjos? O livro de Apocalipse continua dizendo:
“Mas não prevaleceram; nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele” (Ap 12:8, 9).
CONCLUSÃO
Lúcifer foi expulso do céu. É um inimigo vencido. Mas por que Deus não o destruiu lá? Por que o expulsou do Céu e o deixou continuar sua rebelião? Porque se Deus o tivesse destruído imediatamente, teria colaborado para aumentar as suspeitas e dúvidas semeadas na mente dos outros anjos. Deus precisou deixar que a rebelião de Satanás continuasse de maneira natural. Que as consequências do pecado e da desobediência a Deus fossem amplamente demonstradas. Uma escritora cristã descreveu dessa forma:
“A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo, durante todas as eras vindouras — perpétuo testemunho da natureza do pecado e de seus terríveis resultados. A atuação do governo de satanás, seus efeitos tanto sobre os homens como sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se pôr de parte a autoridade divina. Testificariam que, ligado à existência do governo de Deus, está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história desta terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão, para salvá-los de cometer pecado, e de sofrerem sua pena.
“Aquele que governa no Céu é O que constata o fim desde o princípio — o Ser perante o qual os mistérios do passado e do futuro estão igualmente expostos, e que, para além da miséria, trevas e ruína que o pecado acarretou, contempla o cumprimento de Seus propósitos de amor e bênçãos. Se bem que ‘nuvens e obscuridade estão ao redor Dele, justiça e juízo são a base de Seu trono’. Sl 97:2. E isto os habitantes do Universo, tanto fiéis como infiéis, compreenderão um dia. ‘Ele é a Rocha, cuja obra é perfeita, porque todos os Seus caminhos, juízo são; Deus é a verdade, e não há Nele injustiça: justo e reto é’.Dt 32:4”(Patriarcas e Profetas, p. 42, 43).
E foi assim. Até hoje Lúcifer continua tentando, não no Céu, mas aqui na Terra. Ele é o criador do mal, do pecado e do sofrimento. E como veremos em nosso próximo encontro, ele introduziu o pecado, a morte e o sofrimento em nosso mundo e em nossas vidas.
Querido amigo, prezada amiga, há esperança. O autor do bem é Deus, o criador do mal é Satanás. Esse conflito iniciado no Céu continua em nossos corações. A pergunta é: De que lado você deseja estar? Do bem ou do mal? A quem você vai ser leal, a Deus ou a Lúcifer? Deus está chamando você. Escolha a Deus, escolha o bem, escolha a vida.
