Lucas 15:11-32
Há tempos a parábola do filho pródigo (Lucas 15:11-32) é usada para ilustrar o grande amor de Deus e os perigos de uma vida distante dos seus caminhos.
Mas hoje quero mostrar uma nova perspectiva a respeito dessa parábola. Quero mostrar a perspectiva financeira dessa história. Hoje irei apresentar os vários erros financeiros cometidos pelo filho pródigo.
Faço isso pois (infelizmente) vejo muitos cristãos cometendo os mesmos erros financeiros deste filho. E se cometem os mesmos erros, a menos que haja mudança, terão as mesmas consequências. Portanto, se você quer saber quais foram os erros financeiros cometidos pelo filho pródigo, e assim evitá-los, continue lendo este artigo e conheça os 4 erros financeiros do filho pródigo.
Observação: se você prefere ouvir ao invés de ler, também explico os erros desse filho em vídeo:
Dito isto, vamos ao primeiro erro do filho pródigo.
Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao seu pai: “Pai, quero a minha parte da herança”
Lucas 15:11b,12a
Em caso de falecimento, a herança é direito do filho. Mas o filho pródigo, não quis esperar. Ele exigiu sua herança com seu pai ainda em vida. Ele quis “antecipar” a morte de seu pai. É como se ele tivesse dito: “Pai, eu queria que você morresse agora para que recebesse meu dinheiro”.
Hoje, muitos cristãos fazem o mesmo. Não esperam. Se desejam algo, fazem de tudo para terem na hora. Vivemos em um mundo onde o imediatismo reina. É por isso que as compras em parcelas a cada dia aumentam. Ninguém mais tem paciência (nem disciplina) para juntar dinheiro e depois comprar.
Agora pense o seguinte: se de um lado o imediatismo está crescendo, do outro, o valor das coisas também cresce a cada dia.
Agora me responda: qual é o resultado da combinação entre “valores altos” com “imediatismo crescente”?
O resultado é DÍVIDA! É por isso que 61% das famílias brasileiras estão endividas.
Escute o que vou dizer: se você não pode comprar à vista, não compre! Se você é capaz de pagar as parcelas de uma compra, também é capaz de juntar dinheiro para comprar à vista, sem juros e com desconto no futuro. É claro que existem casos onde comprar parcelado é necessário. Afinal, alguns bens e serviços, em determinadas situações, se tornam fundamentais. Como por exemplo: um remédio em uma situação de doença.
Também há casos em que comprar por meio de financiamentos é vantajoso. Se você está diante de uma oportunidade, que dará retorno financeiro superior ao valor do financiamento, e você não reúne condições para comprar à vista, vale a pena financiar. Um exemplo disso, ocorre no financiamento da expansão de um negócio que dará retorno superior a dívida adquirida; ou mesmo no parcelamento educacional, até porque investir em sabedoria, rende mais do que riquezas (Provérbios 3:14).
Mas esses exemplos são exceções a regra. E a regra é não ter o mesmo imediatismo financeiro do filho pródigo. Como diz em Eclesiastes 3:1: há tempo para todo o propósito debaixo do céu.
O filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante. Lucas 15:13a. O filho prodigo trocou sua família, sua casa e seus amigos por riquezas financeiras. Por algum momento, ele considerou que o dinheiro era mais importante que tudo que ele tinha. Hoje muitos ainda pensam do mesmo modo. Vivemos em uma sociedade que nos avalia pelo que temos e não pelo que somos. Andamos constantemente ansiosos por questões financeiras. Estamos rodeados por propagandas que valorizam o “poder” do dinheiro.
Tudo isso nos leva a superestimar a importância do dinheiro. Se você acompanha meu trabalho, deve estar cansando de me ouvir dizer que dinheiro é importante. Todavia, também deve estar casando de ouvir que existem muitas coisas mais importantes que dinheiro. A Palavra de Deus diz em Provérbios 22:1 que mais vale um bom nome do que muitas riquezas. Em Provérbios 3:13,14 vemos que a sabedoria dá mais lucro que a prata e o ouro. Em Mateus 16:26, Jesus questiona sobre qual proveito haveria em ganhar o mundo inteiro e perder a alma.
A lista de coisas que são mais importantes que dinheiro é extensa: saúde, honestidade, bons relacionamentos, reputação, sabedoria, disciplina, salvação, Deus… Falo mais sobre isso no artigo 7 Coisas mais importantes que o dinheiro. Mas, nem sempre (nos cristãos) levamos em consideração essa lista. Inclusive, posso dizer que desconsideramos o real gral de importância do dinheiro quando fazemos “gato” na energia elétrica, quando declaramos imposto de renda incorretamente, ou mesmo quando não administramos bem os recursos financeiros que Deus colocou em nossas mãos.
É preciso lembrar do que Cristo disse: Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens. Lucas 12:1
O filho pródigo atribuiu ao dinheiro mais importância do que ele de fato tem. Meu desejo, é que você não faça o mesmo.
O filho mais novo reuniu tudo o que tinha, e foi para uma região distante; e lá desperdiçou os seus bens vivendo irresponsavelmente. Lucas 15:13
Quando leio este versículo imagino um jovem rico, em uma país distante, fazendo as maiores bobagens possíveis com seu dinheiro. E o pior: sofrendo as piores consequências possíveis.
Quando digo “fazendo as maiores bobagens possíveis”, me refiro a dois pontos:
• 1º ponto: Gastando com uma vida pecaminosa: prostitutas, bebidas, drogas…
• 2º ponto: Gastando irresponsavelmente, sem controle, sem uma boa administração financeira.
A triste verdade é que muitos cristãos desperdiçam seus bens por não saberem administrar suas finanças. Infelizmente, muitos desperdiçam recursos por falta de Inteligência Financeira.
Falo isso pois vejo servos fieis desperdiçando dinheiro em títulos de capitalização, em consórcio e em compras parceladas repletas de juros. Falo isso pois ainda vejo muitos cristãos que não possuem um orçamento financeiro. Falo isso pois muitos ainda não adquiriram o hábito de poupar dinheiro.
Todas essas coisas demostram uma vida financeira irresponsável que acaba gerando desperdiço de bens, assim ocorreu com o filho pródigo, do mesmo modo que Cristo condena de forma enfática em Lucas 16:11: Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas? Lucas 16:11
Depois de ter gasto tudo, houve uma grande fome em toda aquela região, e ele começou a passar necessidade. Lucas 15:14
Talvez o filho pródigo tenha pensado: vou sair de casa, aproveitar a vida, fazer tudo que sempre quis, e se um dia o dinheiro acabar… posso procurar um trabalho e me virar. Talvez foi pensando assim que ele gastou tudo que tinha e não poupou nada. Talvez foi pensando assim que ele foi pego de surpresa quando seu dinheiro acabou e a fome na terra chegou. Diante de todas as incertezas da vida, algo é certo: imprevistos vão acontecer! Salomão nos alertou sobre isso no livro de Eclesiastes:
“Retornei para ver debaixo do sol que a corrida não é dos ligeiros, nem a batalha dos poderosos, nem tampouco são os sábios os que têm alimento, nem tampouco são os entendidos os que têm riquezas, nem mesmo os que têm conhecimento têm o favor.” Por quê? Ele explicou: “Porque o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos eles.” Eclesiastes 9:11
A verdade é que muitos ainda vivem como o filho dessa parábola. Agindo como se nenhum imprevisto pudesse acontecer. Diante disso, quero te alertar para dois fatos:
1º fato: Empregos não são vitalícios
Podemos ficar desempregados (até mesmo funcionários públicos). E se isso acontecer com você? Você teria condições de viver com dignidade?
2º fato: Podemos ter problemas de saúde
Achamos que nunca teremos problemas, que nunca ninguém em nossa família vai adoecer, que sempre seremos saudáveis. Mas uma doença pode acontecer. Inclusive, a Bíblia mostra que muitos servos fieis adoeceram. Como exemplo disso temos Eliseu (2Re 13:14), Timóteo (1Tm 5:23) e Paulo ( 2Co 12:7-9).
Ai eu te pergunto: E se você adoecer? Se um ente querido tiver que passar por um caro tratamento médico? Se você passar por um problema que inviabilize seu trabalho por um determinado tempo?
A verdade é que estamos sujeitos a imprevistos e diante da certeza destes imprevistos, a única coisa que podemos fazer é nos preparar financeiramente para eles. Logo: precisamos criar uma reserva para emergências. Precisamos juntar dinheiro, para casos de necessidade.
Mas de quanto deve ser a sua reserva para emergências?
Se você tem um emprego muito estável (servidor publico, funcionário de carteira assinada em empresa estável), o recomendado é que sua reserva seja equivalente a pelo menos 3 meses de sua renda. Exemplo: se você ganha mil reais, sua reserva deve ser de 3 mil. Se ganha 5 mil, a reserva deve ser de 15 mil.
Se você tem menos estabilidade de renda (profissional autônomo, empreendedor…), o recomendado é que sua reserva seja equivalente a 6 meses de sua renda. Se ganha mil reais, sua reserva deve ser de 6 mil. Se ganha 5 mil, de 30 mil.
A parábola do filho pródigo é muito rica. Nela, além de vermos o amor de Deus para com os perdidos, também podemos ver as terríveis consequências de erros financeiros.
Antigamente eu cometia muitos dos erros financeiros observados nessa parábola e a consequência foi desastrosa. Por isso, peço que você analise cada um deles. Veja quais erros você está cometendo:
1. Você não está sabendo esperar?
2. Está superestimando a importância da riqueza?
3. Está desperdiçando seus bens devido à má administração financeira?
4. Não está fazendo reservas para emergências?
É provável que você cometa pelo menos um destes erros. Então, novamente peço: analise a sua vida e reconheça onde precisa melhorar.
É isso ai!
Se você deseja realmente melhorar a sua relação com o dinheiro, te convido a conhecer o treinamento oficial do Vamos Prosperar.