Meditação
João 1:1-14
João escolheu referir-se a Cristo como “o Verbo”! Medite no significado desta palavra.
Que imagem ela oferece da pessoa do Messias?
João é o único autor do Novo Testamento que se refere a Jesus como o Verbo. Este por, menor também nos motiva a crer que o relato de Gênesis 1 inspirou a introdução deste evangelho. O mundo, tal como o conhecemos hoje, começa a existir a partir da palavra falada do Criador. Oito vezes, no primeiro capítulo de Gênesis, reafirma-se a frase “disse Deus”; seguida seis vezes pela afirmação “e assim foi”. Não podemos deixar de perceber o extraordinário poder que a Palavra de Deus contém. Esta mesma percepção leva João a declarar: “‘Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e sem ele, nada do que foi feito se fez” (v.3). Quer dizer, todas as coisas existentes no Universo têm sua origem no Verbo, e fora do Verbo nada existe.
Meditemos, por um momento, no significado da palavra verbo ou logos, conforme o grego. É por palavras que conseguimos nos situar no plano da vida para o qual fomos criados. Somos seres chamados à comunhão com os nossos semelhantes e com o Criador. As palavras nos oferecem a oportunidade para nos darmos a conhecer e de que outros nos conheçam, de modo a romper a barreira imposta pelo pecado. As palavras são a ponte pela qual podemos encurtar a distância que nos separa uns dos outros.
Então, quão grande poder existe na palavra que procede da boca de Deus! Não é como alguma outra palavra pronunciada no Universo, pois ela vem mesmo da fonte da vida. Por este motivo, a vida e a sua palavra formam uma unidade e a mesma essência. As palavras que pronunciamos, entretanto, são palavras recebidas de outras pessoas. As palavras do Senhor geram vida porque Ele mesmo tem “…sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. ..” (l*u.s 1:3).
Esta palavra, portanto, é indispensável, pois a vida está contida nela. Sem ela, nós, os homens, estamos condenados a passar por este mundo sem qualquer destino, levados e seduzidos por todas as palavras que não são mais que uma pobre imitação desta palavra. Esta palavra repreende, corrige, limpa, purifica e orienta: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração” (tuas 4:12).
No começo da aventura proposta por este livro, será útil aceitarmos como nossa a afirmação de Simão Pedro: “Senhor, para quem iremos?
Tens as palavras da vida eterna”(Jo 6:8). Que Deus, em Sua bondade, nos permita ir além das palavras contidas nestas páginas, para chegarmos aos pés da Palavra. Nele está a vida que tão intensamente desejamos!
Senhor, cria fome e sede em mim pela palavra que vivifica.