Meditação
João 1:1-14
Hoje meditaremos sobre os versículos 4 e 5. Imagine, por um instante, como seria a vida se não tivéssemos acesso à luz. Que consequências isto nos traria?
LUZ NAS TREVAS
João prossegue na comparação que faz com a criação e agora apresenta o tema da luz. A narrativa de Gênesis declara que “Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas” (Gn 1:3,4). Do mesmo modo, o evangelista fala de Cristo: “A vida estava nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela” (Jo 1:4,5).
Devemos considerar que a escuridão era uma verdadeira limitação para a humanidade no tempo em que este evangelho foi escrito. Ao cair da tarde, no pôr do sol, a maioria das atividades do dia cessavam. As pessoas ainda não dispunham de meios para prolongar, com iluminação artificial, as horas úteis do dia; de modo que a noite apresentava sérios obstáculos às atividades humanas.
A analogia mostra quão profunda é a incapacidade do homem de discernir os caminhos que deve escolher para se apropriar da vida. Mesmo os que têm visão melhor, a noite não lhes permite ver coisa alguma com clareza. Tudo permanece na penumbra, escondido num mundo de sombras com silhuetas. A necessidade da luz cresce, pois, sem ela, prosseguir no caminho resultará em algo extremamente tortuoso e arriscado.
O Filho de Deus, declara João, é a luz de que tanto os homens necessitam. A Sua luz, porém, não possui a qualidade transitória das luzes que os homens podiam produzir, tais como, uma tocha, uma vela ou uma lâmpada. Elas permaneciam enquanto durava o combustível que as conservava acesas. Quando este acabava, as trevas voltavam a se impor sobre todos. João afirma que, diferentemente deses precários meios, a luz de Cristo é mais intensa do que as trevas, de modo que a escuridão não pode vencê-la. Essa luz diferentemente de outras luzes, possui vida própria, que lhe permite conquistar, de forma definitiva, os lugares onde antes as trevas imperavam sem qualquer restrição.
É lógico afirmar então que, estando mais perto da pessoa de Cristo, mais luz receberemos sobre a vida à qual temos sido chamados. O caminho para discernir com mais clareza o Reino não se encontra no disciplinado e minucioso estudo das Escrituras, embora esse possa ser um dos meios que utilizemos. A luz que buscamos não é alcançada com a mente, mas com o espírito.
A volta do Messias à Terra é a expectativa daquele momento em que as trevas deixarão de existir definitivamente, pois chegará o dia em que “já não haverá noite” e as pessoas salvas não precisarão “.. . de luz de candeia, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22:5).