Resumo: Identidade perdida. A visita da Luz do mundo aos homens deveria ter sido motivo de profundo regozijo entre as pessoas.
João 1:1-14
A visita da Luz do mundo aos homens deveria ter sido motivo de profundo regozijo entre as pessoas. Entretanto. João revela uma reação bem diferente da que era esperada. Leia os versos 7 a 11 deste capitulo. Qual foi a reação das pessoas? O que isto indica quanto à nossa condição de pecadores? O que acontecer para conseguirmos ver a luz que brilha nas trevas?
Descrição que João nos oferece sobre a pessoa de Cristo parecia dirigir-se a um desfecho natural: a luz que o mundo tanto necessita se faz presente entre nós e “ilumina a todo homem” (v.9). Estes, em êxtase porque finalmente encontraram o que tanto
tempo buscavam, recebem com gratidão a presença da luz e recompõe suas vidas conforme a visão que possuem agora. O relato deste evangelho, no entanto, dá uma inesperada reviravolta. “Ali estava a luz verdadeira […] estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu e os seus não o receberam” (João 1:11)
A chegada do Messias representa uma oportunidade sem igual na história da humanidade. Não se trata de alguém que pode nos ajudar na hora de decifrar os mistérios da vida, mas sim, um que nos oferece a oportunidade de entrar em contato com Aquele de quem flui a existência de todo aquele que habita no Universo. Ele é a resposta para todas as nossas perguntas, o objeto dos nossos mais profundos anseios, a razão da nossa existência.
Em face da extraordinária possibilidade que isto representa, os textos que acabamos de ler revelam uma tragédia de incalculáveis proporções. João afirma que o mundo não o reconheceu. Entende-se por isso que a desfiguração produzida pelo pecado foi tão profunda e absoluta que o pecador já não reconhece em seu Criador nenhuma semelhança com a sua própria pessoa.
A distância que o separa daquele que deu início à vida é tão grande que, já não, guarda qualquer registro do que alguma vez significou ter sido criado à imagem e semelhança de Deus.
A mesma atitude é apresentada pelo apóstolo Paulo em sua carta à igreja em Roma:
“NÃO HÁ UM JUSTO, NEM UM SEQUER, NÃO NINGUÉM QUE ENTENDA; NÃO HÁ NINGUÉM QUE BUSQUE A DEUS” (Rm 3:10.11)
Apesar da nossa convicção de sermos pessoas que “buscam” a Deus, a verdade é que Cristo não é bem-vindo entre aqueles que habitam nas trevas. A relação entre Criador e criaturas sofreu um dano irreversível, e só poderá ser restaurada através de uma intervenção direta do Senhor.
Por isso, não erramos ao afirmar que não é por iniciativa própria que nos aproximamos de Deus, mas é sempre em resposta aos passos que Ele dá em nossa direção. Este princípio é importante para o exercício de uma vida espiritual saudável, porque nos coloca no plano destinado a nós, isto é, de pessoas que reagem à intervenção divina. Recordar isto servirá para manter, em todo momento, uma atitude de profunda gratidão pela incomparável graça do nosso Senhor.