Resumo: Além do púlpito. É na casa das ovelhas que o pastor e o ancião completam seu trabalho.
É na casa das ovelhas que o pastor e o ancião completam seu trabalho. O ministério significa muito mais
do que fazer sermões; importa em fervoroso trabalho pessoal. A igreja na Terra compõe-se de homens e mulheres errantes que necessitam de paciente e continuada atividade para que se exercitem e disciplinem
em trabalhar de maneira aceitável nesta vida e, na futura, sejam coroados de glória e imortalidade.
Necessitam-se pastores – pastores fiéis – que não lisonjeiem o povo de Deus nem o tratem asperamente, mas que o alimentem com o pão da vida – homens que sintam diariamente em sua própria vida o poder
transformador do Espírito Santo, que nutram forte e abnegado amor àqueles com quem trabalham […].
É uma obra que requer tato, a que se oferece ao sub-pastor quando tem de enfrentar afastamento, amargura, inveja e ciúme na igreja; e será preciso que ele trabalhe no espírito de Cristo a fim de estabelecer a ordem. São necessárias fiéis advertências, repreensões ao pecado, reparações de agravos, tanto pela obra do pastor no púlpito quanto por seu trabalho pessoal […].
Havendo o pastor apresentado a mensagem evangélica do púlpito, sua obra está apenas iniciada. Resta-lhe fazer o trabalho pessoal. Cumpre-lhe visitar os membros em casa, conversando e orando com eles em fervor e humildade. Há famílias que nunca serão postas em contato com as verdades da Palavra de Deus a menos que os mordomos de Sua graça lhes visitem no lar e lhes indiquem o caminho mais elevado. O coração dos que fazem essa obra, porém, deve palpitar em uníssono com o coração de Cristo.
Muito se acha compreendido na ordem: “Saia pelos caminhos e atalhos e obrigue todos a entrar, para que a Minha casa fique cheia” (Lc 14:23). Ensinem os pastores a verdade às famílias, aproximando-se mais intimamente daqueles em favor de quem trabalham; e, ao cooperarem assim com Deus, Ele os revestirá de poder espiritual. Cristo os guiará em sua obra, dando-lhes palavras que penetrarão profundamente no
coração dos ouvintes.
Todo pastor tem o privilégio de poder dizer com Paulo: “Porque jamais deixei de lhes anunciar todo o plano de Deus. […] jamais deixei de anunciar o que fosse proveitoso e de ensinar isso a vocês publicamente e também de casa em casa, […] o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo” (At 20:27, 20, 21).
Nosso Salvador ia de casa em casa, curando os enfermos, confortando os tristes, consolando os aflitos e dirigindo palavras de paz aos abatidos. Ele tomava as crianças nos braços, as abençoava e dirigia palavras de esperança e conforto às mães cansadas. Com infatigável ternura e suavidade Se aproximava de todas as formas de infortúnio e aflição humanos. Não em Seu próprio proveito, mas no dos outros, Ele trabalhava.
Era o servo de todos. Sua comida e bebida era levar esperança e forças a todos com quem entrava em contato. E, ouvindo homens e mulheres as verdades que Lhe caíam dos lábios, tão diversas das tradições e dogmas ensinados pelos rabis, brotava-lhes no coração a esperança. Havia em Seus ensinos uma
sinceridade que fazia com que Suas palavras fossem direto ao alvo, com um poder convincente.
Desejo dizer a meus irmãos do ministério: aproximem-se do povo onde ele se acha, mediante o trabalho pessoal. Relacionem-se com ele. Esta é uma obra que se não pode fazer por procuração. Dinheiro emprestado ou dado não a pode realizar.
Sermões, do púlpito, não a podem efetuar. Ensinar as Escrituras às famílias – eis a obra do evangelista; e esta obra deve estar unida à de pregar. Sendo omitida, a pregação será, na maioria, um fracasso.