Resumo: A transformação de um monarca, Daniel 4 é, na verdade, um testemunho pessoal de transformação. Trata-se de uma carta de Nabucodonosor a todos os súditos.
1. Testemunho de um ateu: O inglês Anthony Flew foi o maior filósofo-ateu do século XX. E foi justamente a vontade de buscar a razão de tudo que o fez rever seus conceitos de fé. No livro Um Ateu Garante: Deus Existe, ele conta como chegou a negar a Deus.
Na segunda parte da obra, ele analisa os principais argumentos que o convenceram da existência do Criador. Na página 144, ele escreveu: “Minha jornada para a descoberta do Divino tem sido, até aqui, uma peregrinação da razão. Segui o argumento até onde ele me levou, e ele me levou a aceitar a existência de um Ser […] onipotente e onisciente.”
2. Nabucodonosor também foi “osso duro de roer”, mas Deus soube lidar com ele. Depois de tantas evidências da atuação divina através de hebreus fiéis, o rei orgulhoso precisava de uma lição impressiva.
3. Contexto. O capítulo Daniel 4 é, na verdade, um testemunho pessoal de transformação de um monarca. Trata-se de uma carta de Nabucodonosor a todos os súditos de seu reino, onde ele finalmente reconhece o poder e a autoridade de Deus sobre os seres humanos. É uma declaração tão impressionante quanto o livro de Anthony Flew.
1. Ler Daniel 4:4 a 18
2. Beltessazar: De acordo com Jacques Doukhan, “o rei atribui o poder de Daniel a seu deus babilônico. A humildade do rei apenas oculta seu orgulho” (Segredos de Daniel, p. 64).
3. Árvore: O simbolismo da árvore está repleto de significado:
a) A expressão “no meio da terra” (v. 10) nos lembra da árvore-da-vida e da árvore do conhecimento do bem e do mal que estavam “no meio” do jardim do Éden (Gn 2:9; 3:3). Essa comparação reafirma o papel preponderante que a árvore do sonho deveria desempenhar no destino da humanidade.
b) Também é dito que a altura dessa árvore “chegava até o céu” (Dn 4:11), uma alusão à atitude orgulhosa dos construtores da torre de Babel (Gn 11:4).
c) A árvore domina sobre os animais do campo e as aves do céu (Dn 4:12), uma expressão que também é usada na interpretação do sonho do capítulo 2 para se referir à Babilônia (Dn 2:37, 38).
4. O decreto do santo: vários textos da Bíblia chamam os anjos de santos (Jó 5:1; 15:15; Sl 89:7). A árvore do sonho deveria ser cortada, e seu tronco acorrentado (Dn 4:13-15).
1. Ler Daniel 4:19 a 27
2. A árvore do sonho representa Nabucodonosor e seu reino. Nesse caso, a altura da árvore era um indicativo do orgulho de Nabucodonosor (v. 10). O profeta Ezequiel também emprega essa metáfora para se referir a um monarca. Ezequiel compara Faraó a uma árvore que oferecia repouso às aves do céu e aos animais do campo (Ez 31:6). Ele ainda menciona que Faraó “elevou sua estatura sobre todas as árvores do campo” (Ez 31:5).
3. Os sete tempos são sete anos (Dn 11:13). Na interpretação, Daniel omite a informação de que Nabucodonosor teria o coração de homem trocado pelo coração de um animal (o inverso de Daniel 7:4).
4. Ler Daniel 4:24-27.
5. Daniel intercedeu ao rei para que parasse de se preocupar apenas consigo e fizesse justiça aos pobres do reino. Nabucodonosor deveria desviar o olhar de si mesmo para Deus e o próximo.
1. Ler Daniel 4:28 a 36
2. Ao contemplar “a grande Babilônia”, o orgulho do rei se inflama a ponto de atingir o limite da tolerância divina. Segundo um sacerdote babilônico chamado Berossus, Nabucodonosor havia sido o principal construtor e arquiteto da cidade.
3. A antiga Babilônia era uma obra de arte arquitetônica. A cidade estava sobre o rio Eufrates e tinha muralhas que chegavam a medir mais de 10 metros em alguns lugares. Os palácios, os jardins suspensos e mais de 50 templos conferem à Babilônia, e com razão, o título de uma das sete maravilhas do mundo antigo.
4. Após um ano, a sentença divina entrou em vigor. Alguns intérpretes compararam o estado de Nabucodonosor a uma enfermidade chamada Licantropia, um tipo de doença na qual o indivíduo acredita ter se transformado em uma besta selvagem.
Para a infelicidade do rei, a profecia se cumpriu, e a grande árvore se tornou uma besta selvagem.
5. Ler Daniel 4:34-37. 6. Ao término dos setes anos, Nabucodonosor reconheceu que o Deus de Israel é o único digno de receber adoração, louvores e glória. O rei também reconheceu que apenas o reino de Deus será eterno. Ao fazer essa declaração, Nabucodonosor assumiu a transitoriedade de seu reino e de sua aparente grandeza.
1. O livro de Daniel nos revela que Deus estava trabalhando na vida de Nabucodonosor desde o princípio na transformação de um monarca. Ele foi levado a reconhecer a onipotência do Senhor ao declarar que “não há outro deus que possa livrar como este” (Dn 3:29).
2. Às vezes é necessário, que passemos por experiências difíceis na vida para que, reconheçamos a mão de Deus.
3. Assim como Deus transformou o coração do orgulhoso rei, Ele quer transformar o seu (Ez 36:26, 27). Portanto, não endureça seu coração (ler Sl 95:6-8). Histórias como a de Nabucodonosor e de Antony Flew nos permitem concluir que existe sempre esperança. Só precisamos olhar para cima e reconhecer nossa pequenez diante de Deus.